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SEGURANÇA ONLINE:

A "economia prudente"

Carlos Andrade, Chief Economist

 

Surto de Covid-19 prolonga-se

Aumento de casos na Europa. Vacina esperada em 2021.
 
O surto de Covid-19 provocou uma forte disrupção da atividade económica, com fortes quedas do PIB e com alterações nos padrões de consumo, na produção e na política económica. Mesmo com sinais de recuperação, um simples regresso à economia pré-Covid-19 é pouco provável. Consumidores, empresas e Governos deverão ter que continuar a "conviver" com diversas restrições (que poderão, também, gerar novas oportunidades), tendo que se adaptar a essa nova realidade.
 

Novos lockdowns gerais não são viáveis

Economia terá que "conviver" com diversas condicionantes.
 

Os seguintes fatores devem ser tidos em conta:

  • O surto de Covid-19 não desapareceu e, em alguns países europeus, observam-se sinais de novas subidas no número de casos diários (embora com menores taxas de fatalidade);
  • Apesar dos progressos recentes nos ensaios clínicos, a disponibilização e generalização de uma vacina anti-Covid-19 apenas deverá ser possível no decurso de 2021, num cenário favorável. De acordo com a OMS, em agosto existiam 6 vacinas em ensaios de Fase III, esperando-se resultados preliminares entre setembro de 2020 e abril de 2021, e resultados finais entre as segundas metades de 2021 e 2022;
  • Não existem ainda terapêuticas eficazes, seguras e aprovadas que possam ser generalizadas (embora algumas ajudem em casos particulares);
  • Não é viável (nem eficiente), do ponto de vista económico, repetir as medidas de confinamento estrito e generalizado da 1ª metade de 2020. Vários Governos europeus afirmaram já que um novo lockdown geral não é uma opção. A economia terá que funcionar com as condicionantes do Covid-19;
  • Mesmo assumindo a disponibilização de uma vacina, o pós-Covid-19 deverá ser marcado por um foco na prevenção de uma próxima epidemia/pandemia, dada uma maior percepção de que, no passado recente, o Covid-19 foi "apenas" o surto mais recente de uma sequência com intervalos curtos: SARS (2003), H5N1 (2003-04), H1N1 (2009), MERS (2012), H759 (2013), Ébola (2014) e Covid-19 (2019), entre outros de menor alcance. O risco de novas epidemias é suportado por alterações ambientais, pela maior proximidade entre animais e humanos, facilitando a transmissão de vírus, pela maior urbanização ou pelo aumento da mobilidade associado à globalização. A possibilidade de bioterrorismo deverá também ser tida em conta.

 

A caminho de uma "Economia Prudente"

Decisões guiadas por critérios mais preventivos e cautelosos.

 

A conjugação de todos estes factores deverá resultar numa "economia prudente", onde as decisões serão guiadas por critérios mais preventivos e cautelosos do que no passado. No imediato, isto materializa-se (i) na prática corrente de distanciamento social, uso de máscara e higienização; (ii) em alterações na mobilidade (mais transportes individuais, e.g. bicicleta, automóvel; fuga a transportes colectivos); (iii) alterações nos locais de trabalho e escolas (menor densidade, teletrabalho); (iv) lojas, hotéis, restaurantes, cinemas, teatros, etc. adaptados a menor densidade e maior fluidez de clientes, gerando desafios à sua rentabilidade; (v) em menos viagens e deslocações não essenciais; (vi) no prolongamento de estímulos de política e apoios sociais; e (vii) em despesas de investimento e consumo mais seletivas (e.g. maior peso de bens alimentares e bens duradouros essenciais, menor peso de bens supérfluos).

Mesmo admitindo-se a possibilidade de excessos pontuais (e.g. viagens, concertos) com o eventual levantamento de restrições, outras características de uma "economia prudente", mesmo no pós-Covid-19, deverão incluír (i) uma maior procura por imobiliário residencial e turístico fora das zonas mais densas; (ii) um aumento da despesa pública e privada em cuidados e prevenção na saúde; (iii) um maior investimento pessoal em hábitos saudáveis (alimentação, exercício); (iv) o aumento do peso do comércio e entretenimento online; (vi) uma maior preparação das empresas para potenciais disrupções das supply chains; (vii) o aumento da poupança preventiva e de cash buffers das empresas e famílias; (viii) maior procura por seguros; e (ix) maior investimento em automação, entre outros.

 

A caminho de uma "Economia Prudente"

Decisões guiadas por critérios mais preventivos e cautelosos.
 

A conjugação de todos estes factores deverá resultar numa "economia prudente", onde as decisões serão guiadas por critérios mais preventivos e cautelosos do que no passado. No imediato, isto materializa-se (i) na prática corrente de distanciamento social, uso de máscara e higienização; (ii) em alterações na mobilidade (mais transportes individuais, e.g. bicicleta, automóvel; fuga a transportes colectivos); (iii) alterações nos locais de trabalho e escolas (menor densidade, teletrabalho); (iv) lojas, hotéis, restaurantes, cinemas, teatros, etc. adaptados a menor densidade e maior fluidez de clientes, gerando desafios à sua rentabilidade; (v) em menos viagens e deslocações não essenciais; (vi) no prolongamento de estímulos de política e apoios sociais; e (vii) em despesas de investimento e consumo mais seletivas (e.g. maior peso de bens alimentares e bens duradouros essenciais, menor peso de bens supérfluos). 

Mesmo admitindo-se a possibilidade de excessos pontuais (e.g. viagens, concertos) com o eventual  levantamento de restrições, outras características de uma "economia prudente", mesmo no pós-Covid-19, deverão incluír (i) uma maior procura por imobiliário residencial e turístico fora das zonas mais densas; (ii) um aumento da despesa pública e privada em cuidados e prevenção na saúde; (iii) um maior investimento pessoal em hábitos saudáveis (alimentação, exercício); (iv) o aumento do peso do comércio e entretenimento online; (vi) uma maior preparação das empresas para potenciais disrupções das supply chains; (vii) o aumento da poupança preventiva e de cash buffers das empresas e famílias; (viii) maior procura por seguros; e (ix) maior investimento em automação, entre outros.

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