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5 passos para investir em fundos de investimento

POUPANÇA
11/06/2024
7 min. leitura

Ações, obrigações, tesouraria… são vários os tipos de fundos de investimento disponíveis no mercado, mas qual será o melhor para a sua carteira? Saiba como escolher a melhor solução para o seu dinheiro.

 

Os fundos de investimento são uma espécie de “canivete suíço” à disposição dos investidores que procuram uma solução simples, em conta e eficaz para aplicarem as suas poupanças. Saiba porque são uma boa opção para si. 

Fundos de investimento: o que são e quais as vantagens

Certamente já ouviu falar em fundos de investimento, mas será que sabe o que são e quais as vantagens em relação a outras soluções? Em primeiro lugar, trata-se de um instrumento financeiro que se poderá ajustar aos diferentes perfis de investidor, do mais simples ao mais sofisticado. Em segundo, são produtos que podem ser mais rentáveis do que um depósito a prazo.

Imagine que 1000 investidores investem num fundo. O que o fundo faz é juntar o dinheiro desses investidores e tentar maximizar os ganhos de acordo com a sua política de investimento. Sim, há fundos de muitos tipos de ativos e com estratégias muito diferentes de investimento (uns apostam mais nos mercados bolsistas, outros em títulos de dívida, entre muitas outras estratégias). Os ganhos obtidos (também podem acontecer perdas porque não há garantia de capital) são depois divididos na proporção do valor depositado por cada um, a que chamamos de Unidade de Participação.

 

Vantagens dos fundos

 

A diversificação por tipos de ativos (ações, obrigações, tesouraria, depósitos) é a grande vantagem dos fundos de investimento. Mas há mais:

  1. Fáceis de comprar: basta recorrer ao seu banco para subscrever unidades de participação do fundo de investimento que pretende comprar;

  2. Flexíveis: a forte liquidez que os fundos oferecem permite que os investidores comprem e vendam rapidamente as suas unidades de participação; 

  3. Diversificados: os portefólios dos fundos de investimento são compostos por dezenas de títulos, que permite aos investidores diversificarem facilmente o risco do investimento; 

  4. Geridos por profissionais: o dinheiro aplicado nos fundos de investimento é gerido por uma equipa de especialistas que têm como único objetivo fazer a gestão do fundo de acordo com a estratégia definida. 

 

Como escolher fundos de investimento

Para a maioria dos investidores e aforradores, uma carteira constituída por até cinco fundos de investimento revela-se suficiente para construir uma estratégia de investimento de sucesso. A questão coloca-se no que escolher, porque a oferta não tem parado de crescer.

 

Siga estes 5 passos e descubra qual o melhor fundo para o seu perfil.

 

1. Conheça os tipos de fundos de investimento

 

Há diversas soluções de investimento com autorização para serem comercializadas em Portugal, que estão distribuídas por várias classes de ativos. No novobanco, são mais de 90 os fundos disponibilizados, resultado de uma intensa curadoria realizada por consultores do banco. Entre as categorias de fundos mais usuais estão:

Fundos de TesourariaInvestem no mercado monetário em ativos de curto prazo, como depósitos a prazo, papel comercial e Bilhetes do Tesouro.
Fundos de ObrigaçõesO investimento é feito em obrigações soberanas ou de empresas com diferentes ratings, podendo dividir-se em fundos de obrigações de taxa fixa, de alto rendimento, convertíveis e outras.
Fundos de AçõesAplicam a maioria do portefólio em ações de empresas, podendo seguir uma estratégia mais global, mais regional ou setorial, investindo em pequenas ou em grandes empresas, ou em ações por via de uma qualquer ideia de investimento criada pelo gestor.
Fundos MistosA equipa de gestão investe o dinheiro dos participantes em diferentes ativos, normalmente equilibrando entre ações, obrigações e ativos alternativos, como imobiliário ou fundos de capital de risco.
Fundos de FundosSeguem uma estratégia de investimento que passa pela compra e venda de unidades de participação de outros fundos de investimento.

Já escolheu o tipo de fundo para o seu perfil? 

2. Perceba todas as comissões existentes

 

Os fundos de investimento têm, normalmente, associados alguns custos. Conheça os principais:

 

  • Comissão de subscrição: 

    cobrada no momento em que são subscritas as unidades de participação.

  • Comissão de resgate:

    cobrada no momento em que o investidor recebe o valor do resgate das unidades de participação. O montante é subtraído ao valor das unidades de participação.

  • Comissão de gestão: 

    é suportada diretamente pelo fundo e serve para remunerar os serviços da entidade gestora. Está já incluída no valor da unidade de participação.

3. Avalie o risco e o ganho potencial do investimento

 

As ações são os ativos financeiros que mais rendem no longo prazo. Um dos trabalhos académicos mais prestigiados neste campo, feito por Elroy Dimson e mais dois economistas da London Business School, com base no desempenho de vários ativos nos últimos 120 anos, revela que as ações renderam, em média, 5% ao ano acima da inflação. Por outro lado, as obrigações limitaram-se a valorizar, em média, 1,7% por ano. Trocando por imagens, o gráfico abaixo ilustra a constatação destes académicos.

 

 

 

Mas isto não significa que os fundos de ações sejam os mais indicados para todos os investidores e para todas as carteiras. Qualquer estratégia de investimento deve ser bem compreendida e ter bem presente os seguintes critérios.

 

  • Horizonte temporal: 

    quanto maior o prazo do investimento, maior deverá ser o peso dos ativos com risco.

  • Perfil de risco: 

    quanto maior for a aversão ao risco, menor deverá ser a exposição a ativos mais voláteis no curto prazo, como acontece com as ações. Conjugue o seu perfil de risco com o nível de risco dos fundos (Indicador Sintético de Risco e Remuneração), que varia numa escala de 1 (muito baixo risco) a 7 (risco muito elevado).

  • Objetivo do investimento:

    se tiver o desejo de utilizar o dinheiro investido em curto prazo para a compra de um carro ou de uma casa, por exemplo, a escolha deve recair para produtos menos arriscados que possam salvaguardar mais o capital investido. 

4. Pondere fundos com critérios ESG

 

Outra opção de investimento pode passar por produtos com critérios ambientais, sociais e de governance (ESG). Tratam-se de soluções de investimento com foco em atividades e projetos económicos sustentáveis de longo prazo, que se têm tornado populares entre os investidores.

 

Por um lado, porque a perceção de que empresas com práticas sustentáveis podem ter melhor desempenho aumenta o potencial de rendibilidade dos investimentos a longo prazo. Por outro lado, porque investir em fundos ESG permite diversificar a carteira de investimento, tanto em a nível de sectores como de exposição geográfica. 

 

Ao optar por fundos ESG, saiba que está não só a potenciar os seus investimentos, como também a contribuir para o bem social e ambiental. 

5. Faça os trabalhos de casa

 

Após fazer uma triagem pela oferta existente, é preciso conhecer em mais detalhe o fundo. É, por isso, crucial ler com atenção a documentação disponível, nomeadamente o Documento de Informação Fundamental (DIF), que acompanha todos os fundos de investimento. Este documento é uma espécie de bilhete de identidade do fundo onde pode consultar as suas características de acordo com o seu perfil. 

 

O que deve ter em conta?
  • Estratégia:

    avalie se a política de investimento do fundo se enquadra no seu perfil de risco e no horizonte temporal do investimento que pretende realizar.

  • Desempenho: 

    observe o histórico do fundo em termos de rendibilidade e procure perceber se a equipa de gestão tem conseguido bater com regularidade o seu índice de referência e os seus pares. Qualquer fundo pode ter um ganho fora de série num ano, mas manter consistência nos ganhos e na estratégia é mais complicado.

  • Comissões: 

    analise com detalhe as comissões de subscrição, de resgate e de gestão que a sociedade gestora cobra pela gestão do seu dinheiro. As comissões são apenas mais uma variável para equacionar a sua decisão. A estratégia do fundo, a rendibilidade e o nível de risco são fundamentais para decisões ponderadas.