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Amortizar o crédito habitação ou investir: qual a melhor estratégia?

CRÉDITO
07/06/2024
7 min. leitura

 

Aliviar o peso da dívida ou colocar as poupanças a crescer? Esta é a dúvida que muitas famílias que pensam amortizar o crédito habitação, mas também são detentoras de poupanças, colocam no atual momento. Não sabe o que fazer? Siga as nossas pistas.

 

 

Qual a melhor forma de aplicar as minhas poupanças? Será preferível investi-las num produto financeiro que permita fazer o dinheiro crescer? Ou é melhor utilizar o dinheiro poupado para amortizar, ainda que parcialmente, a dívida do crédito habitação? Estas são algumas das questões mais frequentes que os clientes bancários colocam aos seus gestores de conta. 

 

Embora a resposta possa variar de caso para caso, o atual cenário de taxas de juro elevadas faz pender o prato da balança para… a opção de amortização do crédito habitação.

 

Regra n.º 1: compare as taxas de juro

 

 

Para saber qual é a melhor opção financeira não tem de fazer muitas contas. Basta verificar qual é a taxa de juro nominal (TAN) do seu crédito habitação. Esta taxa corresponde ao indexante escolhido (Euribor a 3, 6 ou 12 meses), acrescido do spread contratado. Se a taxa for inferior à remuneração líquida oferecida pelos produtos de poupança e investimento, então, à partida, compensará investir.

 

Caso a situação seja inversa – isto é, se os juros do crédito forem mais elevados do que a rendibilidade das aplicações de investimento – então, amortizar o crédito habitação é a opção mais indicada do ponto de vista financeiro.

 

Taxa de juro + spread do empréstimo do crédito habitaçãoMelhor opção
Mais alta que remuneração líquida dos depósitosAmortizar crédito
Mais baixa que remuneração líquida dos depósitosInvestir poupança

 

Vejamos o seguinte exemplo:

João, 45 anos

 

Montante do crédito habitação em dívida:
100.000 euros

Taxa de juro anual nominal (TAN):
5%

Prazo remanescente do empréstimo:
20 anos (240 meses)

Poupança acumulada:
5.000 euros

 

 

No cenário anterior, a opção pela amortização do crédito habitação é mais atrativa. Para compensar a alternativa de investimento, o João teria de procurar outro tipo de aplicações financeiras, sem capital garantido, com maior risco associado e que oferecesse uma rentabilidade líquida anual acima das poupanças geradas com a amortização parcial do empréstimo.

 

Importa ainda lembrar que a amortização antecipada pode ser realizada das seguintes formas:

 

  • Redução da prestação,

    como na situação acima apresentada.

  • Redução do prazo do empréstimo.

    Neste caso, a prestação mensal mantém-se no mesmo valor, mas o prazo do crédito é encurtado. Por exemplo, se o João tivesse optado pela amortização parcial do crédito habitação através da redução do prazo, conseguiria reembolsar o seu empréstimo à habitação 20 meses mais cedo.

Outros fatores a ponderar na amortização ou investimento

  • Prazo do empréstimo
  • Perfil do investidor
  • Fundo de emergência
  • Nível de endividamento

 

 

Os juros cobrados nos empréstimos e as remunerações oferecidas nos produtos de poupança e investimento não deverão ser o único barómetro a considerar na escolha entre “amortizar o crédito habitação ou investir”. Efetivamente, existem outros fatores que poderão influenciar a decisão final.

 

  • Prazo do empréstimo

    Se já estiver próximo do fim do empréstimo, o valor dos juros a suportar será muito reduzido. Como tal, nesta situação, poderá não ser tão interessante optar pela amortização do empréstimo.

  • Perfil do investidor

    O seu perfil de risco será fundamental para escolher aplicações de investimento mais atrativas do ponto de vista de remuneração. Não se esqueça: os produtos de investimento com maiores rendibilidades potenciais acarretam também uma maior dose de risco.

  • Fundo de emergência

    Caso ainda não tenha constituído um fundo de emergência com poupanças suficientes para assegurar o pagamento das despesas familiares durante um período mínimo de seis meses, esta deverá ser a sua principal prioridade. Só depois de criar esta “almofada financeira” deverá pensar em amortizar o crédito habitação ou investir. 

Fundo de emergência
  • Nível de endividamento

    Se a sua taxa de esforço com o total de empréstimos é elevada, então deverá privilegiar a opção pela amortização de crédito com o objetivo de criar uma maior folga orçamental e um melhor equilíbrio nas finanças familiares.

     

    Para esse efeito poderá, por exemplo, utilizar o dinheiro aplicado num Plano Poupança Reforma (PPR) para amortizar o seu empréstimo destinado a habitação própria e permanente.

     

    Recorde-se que esta possibilidade decorre de um regime excecional e temporário previsto e que permite a possibilidade das famílias resgatarem antecipadamente os seus planos de poupança reforma, sem penalizações, para amortizarem o seu crédito habitação até ao limite anual de 12 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS). Dessa forma, em 2024, os clientes bancários podem resgatar no máximo 6.111,12 euros do seu PPR para este efeito.

Amortizar o crédito habitação ou investir?

Descubra as vantagens e os inconvenientes