A entrada de um filho na universidade pode tornar-se financeiramente desafiante, sobretudo se implicar uma mudança de cidade ou de país, ou a frequência numa instituição privada. Saiba como enfrentar as novas despesas e gerir melhor o seu orçamento familiar.
Se tem filhos a entrar no mundo universitário, sabe do que estamos a falar. O momento pode ser de alegria, mas também traz muitos desafios financeiros.
É que, além das despesas com o alojamento e as propinas, é preciso contar com a alimentação, materiais escolares e outras despesas associadas. Um valor que pode, facilmente, ascender aos 800 euros mensais.
Para que esta etapa seja vivida com maior tranquilidade, é importante ir preparando o orçamento familiar, antes dos seus filhos completarem os 18 anos. Há muitas estratégias que pode adotar e que ajudam a lidar com os novos desafios financeiros. Saiba quais.
Se quer preparar-se para lidar com a entrada de um filho na universidade, o primeiro passo é perceber quanto irá gastar. Comece por listar as despesas que irá ter e calcule o valor aproximado do que serão os custos associados a esta nova fase.
A resposta a estas perguntas vai permitir-lhe ter uma melhor noção do que serão as novas despesas. Para que esta estimativa seja mais próxima da realidade, deve ajustar os cálculos à cidade para onde o seu filho vai estudar. Um quarto em Lisboa e na Covilhã têm preços muito diferentes. Na capital, a média por um quarto ronda os 450 euros, sem despesas incluídas (água, luz, gás, internet e telemóvel). Já na cidade do interior, este valor pode descer para metade.
Apenas em propinas, se considerarmos universidades públicas, o montante máximo fixado está nos 697 euros por ano, o que representa uma despesa mensal de 69,7 euros (as propinas são pagas de setembro a junho). Além deste encargo, há ainda todas as outras despesas com livros, material escolar e fotocópias.
Depois, é preciso ter em conta outros gastos fixos e variáveis. Por exemplo, a conta de supermercado varia muito em função de mandar comida de casa ou ter de comprar tudo. Já nos gastos variáveis, entram as saídas com amigos, as idas a restaurantes e os momentos de lazer.
Se o seu filho optar por uma universidade estrangeira, os gastos podem aumentar, sobretudo se o destino escolhido forem os países do centro e norte da Europa. Conte com quartos mais caros, viagens mais dispendiosas e um nível de vida, geralmente, mais elevado.
Um curso superior de três anos custa à volta de 20.000 euros, segundo um estudo realizado por investigadores do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. Se se considerar as três cidades com mais estudantes universitários (Lisboa, Porto e Coimbra), este valor sobe, facilmente, para cerca de 25.000 euros, tendo em conta os preços do alojamento. Se o seu filho quiser continuar a estudar e realizar, por exemplo, um mestrado, terá de acrescentar vários milhares de euros a esta conta. A única forma de estar preparado para lidar com esta fatura pesada, especialmente se tiver mais do que um filho a frequentar o ensino superior, é planeá-la.
A constituição de uma poupança antes do estudante chegar à universidade dar-lhe-á maior tranquilidade. Mesmo que não precise de recorrer a este fundo para suportar os custos, terá uma margem de manobra adicional caso alguma coisa corra mal.
Se o seu filho vai estudar para fora da sua zona de residência, o alojamento é uma das despesas que vai impactar a maior parte do seu orçamento. Procurar casa com tempo e fazer uma boa pesquisa para identificar as melhores oportunidades pode poupar-lhe muito dinheiro e muitas dores de cabeça.
Em grandes centros, onde a procura é muita e a oferta insuficiente, como acontece em Lisboa ou no Porto, garantir alojamento com as condições desejadas a um preço razoável pode revelar-se uma caça ao tesouro. Por isso, assim que saiba a cidade para onde o seu filho vai estudar, concentre o seu esforço na procura de casa.
Em alternativa ao arrendamento privado, ou partilha de casa, pode tentar inscrever o seu filho numa residência universitária. No entanto, há uma elevada procura por estas soluções e é difícil conseguir uma vaga. Os alojamentos em residências públicas são geridos pelas próprias universidades e as vagas são atribuídas mediante candidatura. Em Lisboa, por exemplo, os valores podem variar entre os 243 e os 600 euros, dependendo do tipo de quarto escolhido. Já no Porto, poderá ter de pagar entre 171 e 400 euros.
Consulte os valores das residências universitárias em Lisboa e no Porto.
Viver sozinho é todo um mundo novo para os estudantes universitários. Além da organização do dia a dia, têm também a seu cargo a gestão de orçamento. A mesada já não serve apenas para pagar um almoço ou uma saída com amigos.
Para que não sejam surpreendidos com esta tarefa de gerir as contas ou cheguem a meio do mês sem dinheiro, é importante que sejam organizados e saibam que se gastarem tudo em saídas à noite com os amigos, depois não vão ter dinheiro para comida.
Se quiserem ter mais dinheiro, os jovens podem também arranjar os primeiros trabalhos, ou um part-time, a “recibos verdes”, a designação popular para os trabalhadores independentes. Em primeiro lugar, é preciso abrir atividade no Portal das Finanças e cumprir todas as obrigações fiscais e contributivas.
Quando os recursos da família são insuficientes para pagar os estudos, há várias soluções de crédito, como crédito pessoal para educação e formação. É importante analisar as condições das várias soluções, assim como as taxas de juro associadas, e ponderar se é a melhor opção para a sua situação.
Crédito Pessoal Educação
Os estudos do seu filho precisam de mais futuro?