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5 lições para pais com filhos na universidade

EDUCAÇÃO
12/06/2024
6 min. leitura

A entrada de um filho na universidade pode tornar-se financeiramente desafiante, sobretudo se implicar uma mudança de cidade ou de país, ou a frequência numa instituição privada. Saiba como enfrentar as novas despesas e gerir melhor o seu orçamento familiar.

 

Se tem filhos a entrar no mundo universitário, sabe do que estamos a falar. O momento pode ser de alegria, mas também traz muitos desafios financeiros.

 

É que, além das despesas com o alojamento e as propinas, é preciso contar com a alimentação, materiais escolares e outras despesas associadas. Um valor que pode, facilmente, ascender aos 800 euros mensais. 

 

Para que esta etapa seja vivida com maior tranquilidade, é importante ir preparando o orçamento familiar, antes dos seus filhos completarem os 18 anos. Há muitas estratégias que pode adotar e que ajudam a lidar com os novos desafios financeiros. Saiba quais. 

 

Faça uma estimativa das despesas

Se quer preparar-se para lidar com a entrada de um filho na universidade, o primeiro passo é perceber quanto irá gastar. Comece por listar as despesas que irá ter e calcule o valor aproximado do que serão os custos associados a esta nova fase. 

 

Exemplo de perguntas a fazer:

  1. Quanto vai gastar nas propinas e/ou mensalidades?

  2. Quanto custa arrendar um quarto?

  3. Quanto vai gastar em transportes?

  4. Quanto vai gastar em livros e fotocópias?

  5. E com a comida?

  6. E os outros gastos?

A resposta a estas perguntas vai permitir-lhe ter uma melhor noção do que serão as novas despesas. Para que esta estimativa seja mais próxima da realidade, deve ajustar os cálculos à cidade para onde o seu filho vai estudar. Um quarto em Lisboa e na Covilhã têm preços muito diferentes. Na capital, a média por um quarto ronda os 450 euros, sem despesas incluídas (água, luz, gás, internet e telemóvel). Já na cidade do interior, este valor pode descer para metade.

 

Apenas em propinas, se considerarmos universidades públicas, o montante máximo fixado está nos 697 euros por ano, o que representa uma despesa mensal de 69,7 euros (as propinas são pagas de setembro a junho). Além deste encargo, há ainda todas as outras despesas com livros, material escolar e fotocópias.

 

Depois, é preciso ter em conta outros gastos fixos e variáveis. Por exemplo, a conta de supermercado varia muito em função de mandar comida de casa ou ter de comprar tudo. Já nos gastos variáveis, entram as saídas com amigos, as idas a restaurantes e os momentos de lazer. 

 

Se o seu filho optar por uma universidade estrangeira, os gastos podem aumentar, sobretudo se o destino escolhido forem os países do centro e norte da Europa. Conte com quartos mais caros, viagens mais dispendiosas e um nível de vida, geralmente, mais elevado. 

 

Prepare uma poupança para a universidade

 

Um curso superior de três anos custa à volta de 20.000 euros, segundo um estudo realizado por investigadores do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. Se se considerar as três cidades com mais estudantes universitários (Lisboa, Porto e Coimbra), este valor sobe, facilmente, para cerca de 25.000 euros, tendo em conta os preços do alojamento. Se o seu filho quiser continuar a estudar e realizar, por exemplo, um mestrado, terá de acrescentar vários milhares de euros a esta conta. A única forma de estar preparado para lidar com esta fatura pesada, especialmente se tiver mais do que um filho a frequentar o ensino superior, é planeá-la.

 

A constituição de uma poupança antes do estudante chegar à universidade dar-lhe-á maior tranquilidade. Mesmo que não precise de recorrer a este fundo para suportar os custos, terá uma margem de manobra adicional caso alguma coisa corra mal.

 

POUPAR REGULARMENTE
Quer saber o que deve fazer para criar um plano de poupança? Temos um artigo que ajuda a dar os primeiros passos.

Coloque o alojamento no centro da pesquisa

Se o seu filho vai estudar para fora da sua zona de residência, o alojamento é uma das despesas que vai impactar a maior parte do seu orçamento. Procurar casa com tempo e fazer uma boa pesquisa para identificar as melhores oportunidades pode poupar-lhe muito dinheiro e muitas dores de cabeça. 

 

Em grandes centros, onde a procura é muita e a oferta insuficiente, como acontece em Lisboa ou no Porto, garantir alojamento com as condições desejadas a um preço razoável pode revelar-se uma caça ao tesouro. Por isso, assim que saiba a cidade para onde o seu filho vai estudar, concentre o seu esforço na procura de casa.

 

Em alternativa ao arrendamento privado, ou partilha de casa, pode tentar inscrever o seu filho numa residência universitária. No entanto, há uma elevada procura por estas soluções e é difícil conseguir uma vaga. Os alojamentos em residências públicas são geridos pelas próprias universidades e as vagas são atribuídas mediante candidatura. Em Lisboa, por exemplo, os valores podem variar entre os 243 e os 600 euros, dependendo do tipo de quarto escolhido. Já no Porto, poderá ter de pagar entre 171 e 400 euros. 

 

Consulte os valores das residências universitárias em Lisboa e no Porto

 

Conheça (e use) os apoios para universitários

 

Usar os apoios disponíveis para jovens universitários é outra das formas de minimizar os custos. Os bolseiros deslocados têm, por exemplo, direito a complementos de alojamento fora de residência, que podem chegar a 55% do indexante dos apoios sociais (IAS), ou seja, 280,09 euros mensais. Se o aluno for estudar para Lisboa, Cascais e Oeiras, o apoio é majorado para 356,48 euros mensais.

 

Mesmo que o seu filho não tenha direito a receber bolsa de estudo, há outros apoios dos quais pode beneficiar. Por exemplo, se está a estudar fora de casa, há descontos nos preços dos bilhetes de comboio e autocarro para estudantes.

 

 

Ensine o seu filho gerir o orçamento

Viver sozinho é todo um mundo novo para os estudantes universitários. Além da organização do dia a dia, têm também a seu cargo a gestão de orçamento. A mesada já não serve apenas para pagar um almoço ou uma saída com amigos. 

 

Para que não sejam surpreendidos com esta tarefa de gerir as contas ou cheguem a meio do mês sem dinheiro, é importante que sejam organizados e saibam que se gastarem tudo em saídas à noite com os amigos, depois não vão ter dinheiro para comida.

 

Se quiserem ter mais dinheiro, os jovens podem também arranjar os primeiros trabalhos, ou um part-time, a “recibos verdes”, a designação popular para os trabalhadores independentes. Em primeiro lugar, é preciso abrir atividade no Portal das Finanças e cumprir todas as obrigações fiscais e contributivas.

E se mesmo assim não tiver dinheiro?

Quando os recursos da família são insuficientes para pagar os estudos, há várias soluções de crédito, como crédito pessoal para educação e formação. É importante analisar as condições das várias soluções, assim como as taxas de juro associadas, e ponderar se é a melhor opção para a sua situação.

Os estudos do seu filho precisam de mais futuro?