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Como criar uma poupança para o futuro dos filhos

POUPANÇA
08/06/2024
5 min. leitura

Preparar os filhos para a sua independência é um dos melhores presentes que os pais podem oferecer. Saiba como criar uma poupança para o futuro do seu filho e assegurar uma entrada na vida adulta com maior tranqulidade financeira.

 

Sabia que mais de metade dos jovens portugueses entre os 25 e os 34 anos ainda vive em casa dos pais? Um número muito acima da média na União Europeia e que espelha bem as dificuldades sentidas pelos jovens na hora de sair de casa.

 

Mas um bom plano financeiro a longo prazo pode ajudar os seus filhos a  alcançarem a almejada independência. Tudo começa com objetivos.

 

29,7 anos

Idade média com que os portugueses saem de casa dos pais*
*Fonte: Eurostat 

Faça um plano de poupança para os filhos

 

Se está preocupado com o futuro e quer fazer uma poupança para os seus filhos, comece por definir objetivos:

 

  • Quanto quer poupar?
  • Qual a finalidade desta poupança?

 

Imagine que tem um filho com 17 anos e quer ter algum dinheiro para lhe dar quando ele terminar a faculdade e arranjar o primeiro emprego. Isto significa que ainda tem, pelo menos, 5 anos até lá. É este o seu horizonte temporal de investimento. A partir daqui, defina um plano para perceber quanto terá de poupar ao longo do tempo para atingir os seus objetivos.

Avalie o seu orçamento

 

Se ainda não fez o seu orçamento familiar, esta é uma boa ocasião para o fazer. Depois de ter uma lista completa com todas as despesas e rendimentos, já consegue perceber onde há folgas, para conseguir poupar para os seus filhos.

 

Não existe uma fórmula fixa para saber qual o valor do ordenado que se deve poupar, mas os especialistas apontam para uma percentagem que anda entre os 15% e os 20%.

Se ganhar 1.500 euros líquidos, deste valor deve retirar todos os meses 300 euros. Mas este não é o montante que irá destinar à poupança para os seus filhos. Tem que retirar uma fatia para a reforma e outra para o seu fundo de emergência e outros projetos.

 

Subtraindo tudo o que deve ser as poupanças para a sua vida, poderá adjudicar, por exemplo, 5% do seu rendimento para a poupança do seu filho. No caso de ter mais do que um, divida este valor entre eles.

 
 

Vamos a um exemplo para fazer a sua poupança?

 

 

 

 

 

Se aplicar este valor numa conta poupança, com uma taxa de juro bruta anual de 2%, ao fim dos 5 anos terá mais de 4.700 euros, não considerando eventuais reforços, por exemplo com prendas de aniversário ou Natal.

 

 

 

Promova hábitos de poupança

 

Mesmo com a ajuda dos pais, por vezes não é suficiente. E muitos jovens são mesmo obrigados a adiar a saída de casa dos pais por não conseguirem fazer face às suas responsabilidades sozinhos.

 

Se estiver nesta situação, não desanime. Incentive o seu filho a gerir melhor o seu orçamento e a direcionar o dinheiro para uma poupança. Faça contas a tudo o que não vai gastar em comida, contas de água e luz ou renda e transfira esse valor para uma conta à parte. Com disciplina e planeamento, ao fim de algum tempo o seu filho terá o dinheiro suficiente para ser independente.

 

Tenha uma estratégia conjunta

A rotina e as decisões financeiras no dia a dia podem ser um desafio a um plano de independência do seu filho. Por isso, pense na evolução da sua poupança e dê um mergulho na independência financeira como uma estratégia a quatro (ou mais) mãos. É tempo de passar de “cuidador” para “mentor”.

Garanta que na sua missão enquanto mentor estão:

  • Um plano de mesada regular

    que se ajusta à idade e aos compromissos dos filhos (uma mesada no secundário não pode ser igual à da universidade).


    Saiba como escolher o valor da mesada

  • Um plano para receitas extra 

    possíveis, a pensar num caminho futuro para a independência da mesada dos pais (trabalhos de férias, part-time para ganhar experiência).

  • Propostas e ideias

    que venham dos filhos e que ajudem no plano. O plano de independência constrói-se com os filhos.

  • Um prazo previsto para atingir

    (não a maioridade financeira) a independência financeira. Pode, por exemplo, apontar para uma linha de tempo de 24 meses, 2 anos. Uma data ajuda a tornar o futuro mais concretizável e real e contraria o enviesamento que diz que temos muita dificuldade em imaginar-nos no futuro.